O meu artigo de opinião publicado a 24 de dezembro 2017 no Jornal da Madeira
A todos um Bom Natal!
O tempo não para e é Natal outra vez. Ontem foi a popular “noite do mercado”. Habitualmente, a multidão converge para o Mercado dos Lavradores. São centenas de pessoas reunidas na praça do peixe, com o intuito de ouvir e cantar os cânticos de Natal. O povo transforma-se, assim, num enorme coro, que acompanha e incentiva a Confraria dos Cantares. É o chamado Sing-along ou o canto comunitário, acessível a todos.
O que seria do Natal sem música? Nem consigo imaginar. Das minhas memórias de infância saliento o tema “A todos um Bom Natal”, um clássico natalício, criado pelo maestro César Batalha e popularizado pelo coro infantil de Santo Amaro de Oeiras. Costumava ouvi-lo na televisão. Felizmente, hoje em dia, é possível assistir, ao vivo, na Madeira, aos inúmeros coros que nos encantam, interpretando bonitas canções de Natal.
Congratulo-me em saber que neste mês de dezembro realizou-se, na Madeira, o 1º Festival Regional de Coros Escolares, organizado pela Direção de Serviços de Educação Artística e Multimédia (DSEAM). Este festival envolveu cerca de 500 crianças de treze escolas do 1º ciclo do ensino básico. Que rica experiência para estas crianças! Saliento também o III Encontro de Coros de Natal e o XX Festival de Coros de Natal. São exemplos de momentos musicais que convidaram o público a entrar no espírito da época.
Muitos mais coros existem distribuídos pela Madeira e Porto Santo, e ainda bem. Sou uma fã incondicional dos grupos corais. Integrei diferentes coros em Portugal, e atualmente sou membro dos Spirit Singers, um dos coros da Universidade de Toronto. Aproveito, esta oportunidade para mencionar, resumidamente, alguns benefícios de pertencer a um coro. Do ponto de vista técnico, o coralista melhora os seus conhecimentos musicais, treina a postura e aprimora a afinação vocal e respetiva técnica respiratória. A nível social e emocional, sente-se parte de um grupo, convivendo com outras pessoas que partilham a paixão comum pelo canto. Após cada espetáculo, cresce a autoconfiança, alegria e satisfação dos membros integrantes. A nível fisiológico, cantar num coro é uma atividade de grupo sincronizada (dos movimentos musculares fonatórios e respiratórios) e, com surpreendente, sincronização também ao nível dos batimentos cardíacos. Estudos mostraram ainda fortalecimento do sistema imunitário (aumento da concentração de citocinas e de imunoglubulinas IgA). Além da vertente artística, cantar é, uma atividade terapêutica, que faz bem ao corpo e à alma. Como diz o ditado: “Quem canta, seus males espanta”. Em contrapartida, ser membro de um coro exige dedicação, disponibilidade e compromisso com os ensaios semanais e concertos. É que sem trabalho, não há sucesso!
E não há Natal, sem o Natal dos Hospitais! Uma palavra final de apreço à organização, patrocinadores, artistas e apresentadores participantes no Natal dos Hospitais da RTP Madeira, que levaram música, alegria e esperança aos que mais precisam. Bem-hajam!
Despeço-me desejando a todos um Santo e Feliz Natal, e um fantástico 2018!
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