No mês de Maio de 2020, foi dado destaque na Newsletter da Universidade de Toronto à finalização do meu Doutoramento.
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Artigo de opinião publicado a 10 de maio de 2020 no Jornal da Madeira sobre: Ser amável é tão agradável
https://www.jm-madeira.pt/opinioes/ver/3737/Ser_amavel_e_tao_agradavel
Nesta altura peculiar em que vivemos, mais do que nunca, precisamos de ter esperança e sermos amáveis, uns com os outros, mas, principalmente, connosco mesmos.
A amabilidade é uma qualidade que revela gentileza, e nos torna dignos de sermos amados. Relaciona-se com a bondade, atributo que pode ser definido como uma inclinação inata para sentir compaixão e, o ato espontâneo, profundo e ético, para promover o bem.
A importância da bondade foi explorada cientificamente por Charles Darwin (1809-1882). Este naturalista inglês considerava que os sentimentos e comportamentos de amor, compaixão e cuidado eram vantagens biológicas para o ser humano, pois permitiam a sobrevivência da espécie. Sobrevive não o mais forte, mas o que tem maior rede de apoio e que identifica e oferece ajuda ao próximo. Somos mais fortes ligados uns aos outros, do que sozinhos. Curiosamente, esta visão converge com uma citação de Platão (428-348 a.C.): “Procurando o bem para os nossos semelhantes, encontraremos o nosso”.
Entretanto, as neurociências demonstraram que o nosso cérebro está “programado” para praticar a bondade ou o altruísmo. Somos naturalmente bondosos, mas esta qualidade precisa de ser treinada e cultivada. Por outro lado, ao assistirmos a atos de generosidade, somos “contagiados” e impelidos para imitar e ajudar.
Alguns estudos neurocientíficos, classificam a bondade em duas categorias: estratégica e genuína. Ambas ativam os centros de recompensa cerebrais. A bondade estratégica é aquela em que existe a oportunidade ou a expectativa de benefícios (retribuição de favor, promoção da reputação, etc.) em consequência da sua decisão em ajudar ou doar. Por outro lado, a bondade genuína ou altruísmo, aquela cuja única motivação é sentir-se bem, e em que não se beneficia de nada em troca (“fazer o bem sem olhar a quem”), ativa ainda uma área cerebral localizada no córtex cingulado anterior, mostrando que o processamento deste tipo de bondade é único. Para o próprio, o altruísmo aumenta a felicidade (pela produção de dopamina e endorfinas) e conduz à “elevação” moral e espiritual.
As sociedades podem desenvolver ou destruir a tendência natural para a bondade, assim como para outros valores morais. A título de exemplo, relembro a campanha “Ser amável é tão agradável”, implementada em todas as escolas da RAM, em 1992, quando eu era adolescente. Foi um projeto da Secretaria Regional da Educação, Juventude e Emprego da Madeira, que incutia esta qualidade, da amabilidade/bondade, através do livro homónimo, marcadores de livros, autocolantes e de uma canção, alegre, com letra de Margarida Camacho e Lígia Brazão e música de Carlos Gonçalves.
A mensagem positiva (“Ser amável é ser feliz!”) criava sorrisos, satisfação e uma sensação de bem-estar na comunidade educativa. A escola respirava felicidade e a aprendizagem era um prazer.
Em suma, quando os indivíduos, as famílias e as sociedades cultivam a bondade, tornam-se mais fortes, vivem mais felizes, iluminam o mundo e enobrecem-nos como espécie.
Canção: Ser amável
A convite da Associação Académica dos Estudantes de Medicina de Coimbra, participei no WorldMed II, a explicar o acesso à especialidade médica no Canadá.